quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Os tempos mudaram

Chuva em São Paulo é motivo para mudança de planos. E claro, um desses planos era o meu. Eu e a prima iríamos ao cinema, tentar esquecer um pouco dos problemas do coração, quando a chuva nos impediu de seguir em frente. E me impediu de tomar banho, de assistir TV, de ligar o computador, etc. Ou seja, novo apagão.

A energia se foi e eu fiquei com minha avó na sala, na escuridão a perturbando com meus assuntos irritantes. No meio da conversa eu perguntei como ela conheceu meu avô. E ela foi me contando. Claro que ela, com seus 73 anos e cheia de vergonha, não consegue contar uma história com começo, meio e fim sem que eu dê a corda.

Ela me contou que a primeira vez que se viram foi num baile que aconteceu na perto da casa de algum parente dele, no sítio. Meu avô estava com sua ex-namorada (feia, segundo ela). Depois de um tempo, minha avó contou que eles terminaram, mas meu avô namorou outras antes de eles começarem a namorar.

Quando ela tinha 15 anos, no jardim (a praça de hoje), ela o viu novamente, e de alguma forma que ela não se lembra, eles começaram a namorar. Eu perguntei se houve pedido de namoro e ela me disse que não tinha essas coisas na época - (nessa hora passei a desconfiar das novelas de época da Globo, rs).

Depois de 2 anos de namoro, eles se casaram. E logo em seguida tiveram a minha tia mais velha, que é a mãe da prima, rs!

Agora vem a parte interessante, quando ela contou do tempo que eles namoraram, fazia comentários do tipo “ele era um homem muito correto e religioso, não é como hoje em dia, que começam a namorar e já começam a transar”. Eu nunca ouvi minha vó falar de sexo. Achei o máximo ela falar isso.

Num outro momento, perguntei se eles diziam que se amavam. Ela me disse que não. Que não existiam essas coisas. Eu virei para ela e disse: mas vó, o amor sempre existiu.

Confesso que fiquei abismada. Eu sou do tipo de pessoa que digo “te amo” até para um passarinho azul que alegrou o meu dia

Com esses dois comentários dela, pude concluir que realmente os tempos mudaram. Hoje o sexo e o “amor” existem a torto e a direito. Tá certo que é tudo bagunçado, mas vamos combinar que hoje é muito mais legal.

Adoro histórias da vovó! Que venham mais apagões para eu contar mais algumas aqui.

Ahá!

.Olívia.

3 comentários:

3 x Trinta - Solteira, Casada, Divorciada disse...

Prima!
Como assim o vovô namorou outras antes!!! Que absurdo!!! Tô passada!!! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Seu João era um pegador daqueles tempos!!! ó só!

Esse lance de não dizer "eu te amo"....diz muito sobre nossa vó e nossas mamães. Não sei a quem puxamos!!!

Não fomos ao cine, mas valeu a mudança de planos, hein?

Em tempo: fiquei no bar bebendo com minhas chefes, esperando a chuva passar =)

bitocas e...TE AMO!

deb

Paula disse...

mto bom, prima. Sempre adorava ouvir as historias do meu vo tb! bjo

Vê Guimarães disse...

È isso, novelas de época são mentirosas rsrs. Que venhma mais histórias da vovó!