Carta à Sabedoria

Você nem me avisou que vinha.

Tiveram que me ligar pra contar. Eu, claro, vibrei com a notícia.

Há anos te esperava. Há anos te esperavam. Não sabíamos de onde virias, nem quando virias, mas enfim você estava chegando.

E os preparativos começaram. Arruma daqui. Bagunça ali. Troca de lá pra cá. E de cá pra lá também.

Te vi uma vez, lá de longe, mas não te vi direito. Ou minha visão estava turva, ou você estava realmente longe.

De lá pra cá, seus próximos me avisavam dos preparativos. Você seria muito bem tratada.

A ansiedade tomou conta de todos. Você era a realização dos nossos desejos ocultos, era aquilo que nos faltava. Ah como era bom falar de sua vinda...

Até que o trem desgovernado da vida nos pregou uma peça. Mudou de curso. Te levou para longe de mim, dela e daquela que te aguardavam tanto.

Por onde quer que esse trem tenha te levado, estarei sempre à tua espera.

Nem que leve mais alguns anos, estarei aqui olhando na janela e perguntando por ti.

Por onde andas, doce Sabedoria? Por ora, vives em meus sonhos e desejos e fico feliz em saber que você ainda virá. Só não sabe me dizer quando.

Para finalizar, não direi ADEUS, e sim:

Até breve...

.Olívia.