Nasci no interior de São Paulo. No meio de uma família religiosa. Meu avô era ministro da eucaristia (para que não sabe, é aquele homem que auxilia o padre durante a missa). Minha avó é daquelas que vai à missa com medo de ir para algum lugar que não seja o céu. No tempo que morei com ela, a reza do terço era diária.
Como todo católico que se preze, fui batizada com 15 dias de vida, fiz a primeira comunhão e fui crismada. Ainda aos 11 anos, iniciei minha vida nos grupos de oração da cidade. Frequentava três grupos por semana. Aos poucos, consegui entrar para o Ministério da Música de um dos grupos. Eu achava o máximo. Com isso, passei a frequentar mais encontros religiosos, e minhas participações na igreja local ficaram mais intensas.
Era muito bom. Cresci espiritualmente e socialmente. Tenho ótimas recordações, e não tenho vergonha alguma de dizer que, por 5 anos, fiz minha parte pela comunidade que eu participava.
Porque estou falando isso tudo? É que eu estava ouvindo uma música chamada Romaria (conhecida na voz de Elis Regina) – “sou caipira, Pirapora, Nossa Senhora de Aparecida...”
E essa canção tem um dos mais belos versos da música brasileira:
“...Como eu não sei rezar, só queria mostrar meu olhar, meu olhar, meu olhar”
Como a simplicidade da letra me fascina.
Ainda sei rezar, mas não frequento. Só que essa minha experiência e ouvindo essa música, me deixou uma lição.
Às vezes não precisamos mostrar ao mundo que acreditamos em algo supremo, ou provar a todos que nos seguimos uma seita. Basta acreditar, basta um olhar.
O cara lá de cima, ou a força suprema, ou o deus que você acredita, estará olhando por você. Olhe você também.
Ahá!
.Olívia.